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Sentindo culpa por algo do passado?

  • Foto do escritor: Gustavo Aurélio
    Gustavo Aurélio
  • 30 de jun. de 2024
  • 3 min de leitura



Imagine um casal que é bastante apaixonado mas que tem dificuldade para perceber eventuais incompatibilidades entre eles. Vamos supor que não conseguem superar essas adversidades e com o tempo o amor se dissipa e eles enfim terminam. É muito provável que nesse momento, seja mais fácil compreender a dinâmica dessas dificuldades.


Claro que todo casal enfrenta problemas de diversos tipos, e isso não significa que não sejam superáveis, mas o que quero dizer com este exemplo é que é muito mais fácil analisarmos uma situação depois que ela já se encerrou do que quando a estamos vivenciando. E isso não se aplica apenas ao plano afetivo, mas sim a qualquer situação.


Isto acontece porque a experiência do passado já é, de certa forma ou totalmente, um assunto de encerrado, e por isso, fica mais fácil para nós a compreender com mais clareza, afinal ela tem um começo, meio e fim perceptíveis, já é algo sólido e imutável (e neste exemplo, há também a distância emocional que o tempo traz). Já aquilo que é vivenciado no presente carrega a possibilidade de alterações e a incerteza que esta característica possui. Nossas ações, as ações dos outros ou os acasos da vida, influenciam diretamente sobre o que ocorre no presente, e além disso, nossa capacidade de controlar os eventos que vivenciamos é mais uma impressão do que uma realidade.


Mas vamos imaginar que o casal realmente se desfez e agora um deles se pergunta como não viu antes algo que hoje está tão claro. Se pergunta também porque deixou para agir tão tarde ou onde foi que errou. Enfim, poderíamos fazer uma lista de possíveis questionamentos que passariam na cabeça desta pessoa.


Neste caso, podemos voltar ao ponto já citado, de que enquanto estamos passando por qualquer situação que seja, sobretudo as turbulentas, a nitidez para avaliarmos o que ocorre será, eventualmente, melhor no futuro, quando a fase de efetiva ocorrência do fato já tiver sido concluída. Claro que, lá no futuro, outras situações aparecem, como o natural esquecimento, fazendo com que se perca alguns dados para a análise do caso. Por isso, obviamente, não é apenas no futuro que uma análise mais precisa pode ser realizada. Isto varia de situação para situação e de pessoa para pessoa. A cada momento essa análise terá uma possibilidade, uma vantagem e um viés.


Caso você tenha se identificado com essa pessoa, ou está passando por um momento em que sente culpa ou arrependimento, reflita sobre esses pontos. Perceba que a clareza de hoje pode ter sido impossível ontem, quando você tinha menos dados para enxergar a situação ou sua própria emoção moldou seu comportamento.


Caso você voltasse no tempo, mas mantivesse a mesma consciência da época, inevitavelmente agiria da mesma forma e provavelmente a forma como você agiu, pode ter sido aquela que era possível para aquele momento.


O que temos agora é a possibilidade de aprendermos com toda essa experiência para não viver de novo o que aconteceu. Nem sempre é simples, as vezes tornamos a passar por situações semelhantes, mas de todo modo, é na observação e no aprofundamento das percepções acerca das nossas condutas, dos nossos pensamentos e sentimentos que pode haver excelentes caminhos para nós. E não esqueça de contar com pessoas que querem o seu bem, não é tudo que precisamos enfrentar sozinhos.


Psicólogo Gustavo Aurélio

Crp. 06/90376


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